Devo apresentar o blog que por impulso, preguiça, vontade, sanidade ou loucura resolvi criar. Pronto, ele é fruto de tudo isso e mais um pouco! Se aprochegue! Armaduras em mãos pois temos um longo caminho a trilhar rumo ao nada...
22 outubro, 2011
Cada dia que passo sem sua presença Sou um presidiário cumprindo sentença Sou um velho diário perdido na areia Esperando que você me leia Sou pista vazia esperando aviões
Sou o lamento no canto da sereia Esperando o naufrágio das embarcações.
É necessário agora que eu diga que espécie de homem sou. Meu nome, não importa, nem qualquer outro pormenor exterior meu próprio. Devo falar de meu caráter. A constituição inteira de meu espírito é de hesitação e de dúvida. Nada é ou pode ser positivo para mim; todas as coisas oscilam em torno de mim, e, com elas, uma incerteza para comigo mesmo. Tudo para mim é incoerência e mudança. Tudo é mistério e tudo está cheio de significado. Todas as coisas são 'desconhecidas', simbólicas do Desconhecido. Em conseqüência, o horror, o mistério, o medo por demais inteligente. Pelas minhas próprias tendências naturais, pelo ambiente que me cercou a infância, pela influência dos estudos realizados sob o impulso delas (dessas mesmas tendências), por tudo isto meu caráter é da espécie interiorizada, concentrada, muda, não auto-suficiente, mas perdida em si mesma. Toda a minha vida tem sido de passividade e de sonho". Fernando Pessoa (1888-1935)
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