08 abril, 2011

Pequenas-grandes observações sobre a EaD

Este é um breve relato sobre minha experiência como professora/tutora da EaD, pelo Instituto UFC Virtual. O texto trata-se de uma atividade solicitada pelo Curso de Formação Continuada de Tutores, ofertado pelo mesmo instituto. 

"O importante não é estar aqui ou ali, mas ser. E ser é uma ciência delicada feita de pequenas-grandes observações do cotidiano dentro e fora da gente. Se não executamos essas observações, não chegamos a ser; apenas existimos e desaparecemos."

Carlos Drummond de Andrade
A minha experiência no ensino à distância começa no ano de 2009, no curso de Formação de Tutores à Distância pelo Instituto UFC Virtual. Eu ainda estava fazendo a graduação em Letras-Português/espanhol, na qual concluiria em 2009.2, concomitante ao curso de formação de tutores. Lembro que nesse período tudo era muito novo para mim e imagino que para todos aqueles que estavam adentrando nessa modalidade de ensino. Na época ainda existia bastante preconceito em relação a educação à distância. As pessoas, muitas vezes sem nenhum fundamento, faziam críticas ao processo  de ensino/aprendizagem e ao rendimento dos alunos inseridos nesse contexto de ensino.  
Esse curso foi uma ótima oportunidade de descobrir, na prática, quais eram os mitos e as verdades sobre o ensino à distância. Todo o período de interação no ambiente virtual foi bastante proveitoso e pude perceber que o aprendizado pode acontecer de distintas maneiras, não apenas entre os muros das universidades. Nesse sentido, o curso foi extremamente importante para que eu pudesse formar uma visão particular  sobre o assunto.
Logo ao concluir a formação, em 2010.1, pude ter minha primeira experiência como professora/tutora da UFC Virtual, assumindo a disciplina de Língua Espanhol IB, em Missão Velha. Achei aquela experiência maravilhosa. Primeiro, por que estava fazendo o que mais gostava, ensinar espanhol como língua estrageira. Segundo, havia conhecido pessoas maravilhosas, com histórias de vida bem peculiares. Parte dos estudantes já eram professores em atuação que moravam em localidades distante do pólo. Por isso, enfrentavam algumas dificuldades de acesso ao local dos encontros presenciais. Conhecê-los foi mais um impacto em minha vida profissional, pois percebia que eles estavam ali para melhorar suas práticas de ensino, em busca dessa formação contínua tão necessária ao profissional da educação. Além disso, essas questões estavam atreladas ao meu mais gostoso vício: viajar. Também foi bastante importante a oportunidade que tive, como recém graduada, de atuar como professora do ensino superior numa instituição federal. 
Claro, nem tudo foi mar de rosas. Em algumas situações tive que me adequar ao contexto, uma mudança de paradigmas acontecia, uma diferente maneira de   enxergar o contexto educacional. Todo processo de deslocamento pode causar um desconforto, mas aquele desconforto era necessário para meu aprendizado. Percebo que a  experiência na EaD é mais que uma formação profissional, trata-se de uma formação política também, no sentido mais legítimo do termo.
Bom, desde então sigo atuando como tutora na modalidade à distância. Já assumi diferentes disciplinas, em diferentes pólos, mas continuo com a mesma sensação de um aprendiz que todos os dias descobre algo novo: uma nova dinâmica de atuação no ambiente virtual, um novo precedimento quanto ao trato com os alunos, uma nova alternativa para aproveitar mais e mais os encontros presenciais, etc.
Enfim, minha direção é a melhoria do meu fazer profissional, seja no ensino presencial ou semi-presencial. Por isso, fico feliz em poder participar de mais um curso de formação. Aqui  poderei aprender sobre as novas perspectivas do ensino à distância  e, também, compartilhar minhas experiências com os colegas que trilham o mesmo caminho que eu, embora guardem suas vivências pessoais e particulares. 

Por Viviane Matos

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Quem sou eu

É necessário agora que eu diga que espécie de homem sou. Meu nome, não importa, nem qualquer outro pormenor exterior meu próprio. Devo falar de meu caráter. A constituição inteira de meu espírito é de hesitação e de dúvida. Nada é ou pode ser positivo para mim; todas as coisas oscilam em torno de mim, e, com elas, uma incerteza para comigo mesmo. Tudo para mim é incoerência e mudança. Tudo é mistério e tudo está cheio de significado. Todas as coisas são 'desconhecidas', simbólicas do Desconhecido. Em conseqüência, o horror, o mistério, o medo por demais inteligente. Pelas minhas próprias tendências naturais, pelo ambiente que me cercou a infância, pela influência dos estudos realizados sob o impulso delas (dessas mesmas tendências), por tudo isto meu caráter é da espécie interiorizada, concentrada, muda, não auto-suficiente, mas perdida em si mesma. Toda a minha vida tem sido de passividade e de sonho". Fernando Pessoa (1888-1935)