30 junho, 2011

"O tempo deveria ter o ritmo dos nossos passos. Horas a menos para dias de trabalho exaustivo, minutos a mais para um café e idéias em ordem, um tempo maior para edredom, frio e pernas emboladas, horas perdidas no aconchego dos braços, pouco tempo para gente que não te acrescenta em nada, muito tempo para beijos melados de balas, tempo em câmera lenta para contar estrelas, dias inteiros para sentar no parque, ler um livro, falar com os amigos. Quero pantufas de minutos confortáveis."

Martha Medeiros

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Quem sou eu

É necessário agora que eu diga que espécie de homem sou. Meu nome, não importa, nem qualquer outro pormenor exterior meu próprio. Devo falar de meu caráter. A constituição inteira de meu espírito é de hesitação e de dúvida. Nada é ou pode ser positivo para mim; todas as coisas oscilam em torno de mim, e, com elas, uma incerteza para comigo mesmo. Tudo para mim é incoerência e mudança. Tudo é mistério e tudo está cheio de significado. Todas as coisas são 'desconhecidas', simbólicas do Desconhecido. Em conseqüência, o horror, o mistério, o medo por demais inteligente. Pelas minhas próprias tendências naturais, pelo ambiente que me cercou a infância, pela influência dos estudos realizados sob o impulso delas (dessas mesmas tendências), por tudo isto meu caráter é da espécie interiorizada, concentrada, muda, não auto-suficiente, mas perdida em si mesma. Toda a minha vida tem sido de passividade e de sonho". Fernando Pessoa (1888-1935)